A epidemia de ebola na África Ocidental provocou mais de 4,5 mil mortes até o momento, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A propagação da doença começa também a preocupar setores da economia como a indústria produtora de cacau e de chocolate. Os países em que há maior número de casos de ebola (Guiné, Libéria e Serra Leoa) ficam próximos da Costa do Marfim e de Gana, responsáveis por 61% da produção de cacau no mundo. Como consequência, o preço da fruta acumulou alta de 16,4% em 2014 na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento em dezembro subiu 1,6% na quarta-feira, para 3.153 dólares por tonelada.
“Guiné, Libéria e Serra Leoa representam menos de 2% da produção mundial de café, cacau, borracha, óleo de palma e algodão. No entanto, a maior preocupação está na possibilidade de a doença se espalhar para a Costa do Marfim e Gana, que respondem por 60% da produção global. Se incluirmos ainda a Nigéria e os Camarões, a região é responsável por pouco mais de 70% da produção mundial de cacau”, explicaram os analistas do Deustche Bank. Se a epidemia de ebola alcançar a Costa do Marfim, o transporte do cacau das plantações até os portos ficará comprometido devido às medidas de contenção que serão adotadas pelas autoridades de saúde.
Grandes produtoras de chocolate anunciaram a doação de 680 mil dólares para ajudar a conter o surto de ebola na África Ocidental. “Esse surto afeta a nós e a sociedade em geral”, disse nesta quinta-feira o executivo-chefe (CEO) da Nestlé, Paul Bulcke, durante teleconferência para divulgação dos resultados da companhia. A Nestlé não possui fábricas em Serra Leoa, Guiné e Libéria. Mas ofereceu 106 mil dólares para a Cruz Vermelha para ajudar a combater a doença e evitar que o vírus chegue até Costa do Marfim e Gana.