Desde o dia 04 de outubro a Igreja Católica está realizando o 3º Sínodo Extraordinário sobre a Família no Vaticano, com a presença de arcebispos da denominação e de uma teóloga batista, entre outros representantes de denominações protestantes.
Valérie Duval Poujol é presidente da Comissão Ecumênica da Federação Protestante Francesa, e participa do Sínodo como delegada fraterna e representante da Aliança Mundial Batista.
No Sínodo Extraordinário sobre a Família, o papa Francisco e seus pares estão avaliando mudanças na forma como a Igreja Católica recebe e trata fiéis divorciados, além de definir maior tolerância e respeito aos homossexuais, sem no entanto, aprovar o casamento gay.
Para Valérie, a oportunidade é de estabelecer mais um laço de diálogo com a denominação romana, e assim, reduzir as diferenças surgidas durante a Reforma Protestante.
“É incrível perceber que o meu papel é bastante singular. Há outros dois delegados fraternos protestantes, um pastor reformado da Nigéria e um pastor luterano da África do Sul, além de um delegado anglicano, dois delegados ortodoxos e dois delegados ortodoxos orientais. Mas, entre os oito convidados fraternos, sou a única mulher, a única leiga e a única mãe. Até agora, na minha preparação, perguntei aos meus amigos, à minha Igreja, para me apoiarem com a oração, para me ajudarem a me preparar espiritualmente. Para poder ser não espectadora, mas protagonista ativa nesse papel”, comentou a teóloga.
Segundo Valérie, o convite foi feito dentro da tradição da Igreja Católica em convidar membros de outras denominações cristãs para seus fóruns de debate sobre os rumos de sua doutrina e liturgia.
“A Igreja Católica apreciava a presença de delegados fraternos para este Sínodo e enviou um convite para a Aliança Mundial Batista, que depois me solicitou. É verdade que na França as Igrejas Batistas são relativamente pouco conhecidas, uma denominação minoritária dentro da pequena minoria protestante francesa. Mas, em nível mundial, ela representa uma família extensa, em pleno crescimento, com mais de 42 milhões de fiéis. Como batistas, nós somos, ao mesmo tempo, uma Igreja histórica nascida da Reforma e uma Igreja evangélica e confessante. Eu serei um dos oito delegados fraternos de outras Igrejas, e é uma grande honra para mim estar presente no Sínodo em nome daqueles cristãos batistas que testemunham Jesus Cristo em mais de 21 países em todo o mundo. A aceitação do convite dirigido à Aliança Mundial Batista também é fruto do diálogo teológico entre as nossas duas Igrejas. No seu tempo, por ocasião do Concílio Vaticano II, a Aliança Mundial Batista tinha rejeitado o convite para participar dele. Hoje, graças ao diálogo, as nossas relações são marcadas por muito mais confiança”, finalizou.